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Com injeção eletrônica, Falcon volta mais econômica

Trail da Honda de 400cc teve visual levemente modernizado, mas é quase a mesma moto: melhor "alimentada" e mais cara

29/10/2012 - Arthur Caldeira/Agência INFOMOTO (Fotos: Doni Castilho e Mario Villaescusa/Agência INFOMOTO) / Fonte: iCarros

Quando a Honda apresentou a "nova" NX 400i Falcon 2012 pela primeira vez à imprensa no início de julho houve certo desapontamento. Com algumas alterações estéticas e nenhuma novidade na parte ciclística, a única mudança no retorno da trail de 400cc ficava por conta da injeção eletrônica de combustível. Ansiosos por novidades, nós jornalistas esperávamos um modelo novo, de fato. Com certo atraso na produção, a NX 400i, agora com "i" de injeção eletrônica, chegou agora às concessionárias da marca e também para uma avaliação.

Somente um olhar mais atento revela as novidades do modelo. Afinal, até mesmo a cor vermelha metálica remete as primeiras Falcon, lançadas em 1999. As aletas laterais mudaram e a carenagem do farol ganhou linhas mais angulosas. Toda a parte traseira foi reestilizada, seguindo os traços da XRE 300: uma única peça na cor cinza traz bagageiro e alças para a garupa embutidas. Até a lanterna é a mesma da antiga Falcon. O painel digital é novo. Novo, pelo menos na Falcon, já que também veio da XRE 300. E os espelhos retrovisores também mudaram.

Novidade mesmo

De inédito mesmo, só a injeção eletrônica de combustível que fez o motor acordar rapidamente, já no primeiro toque no botão de partida. O monocilíndrico de 397,2 cm³ com comando simples no cabeçote (OHC) e sistema RFVC (Radial Four Valve Chamber) com quatro válvulas já em marcha lenta parece funcionar mais redondo, porém com o "barulho" excessivo de outrora. 

Agora alimentado por injeção eletrônica PGM-FI (Programmed Fuel Injection), as acelerações ficarem mais lineares e suaves. Mas a tendência que o grande monocilíndrico tinha de morrer em rotações baixas foi praticamente neutralizada na nova Falcon. Um defeito da versão anterior era que o motor de quatro válvulas exigia sempre rotações altas e demonstrava falta de torque em baixos giros. Agora, apesar de contar com o mesmo câmbio de cinco marchas (com as mesmas relações) e a mesma transmissão final por corrente, a nova Falcon tem mais força em baixa. Ficou mais confortável para pilotar, principalmente na cidade. 

A injeção, aliás, foi o motivo que permitiu à Falcon retornar ao mercado nacional. No final de 2008, sua venda foi interrompida no Brasil porque o antigo carburador não atendia ao Promot 3, que entrou em vigor em 2009. Com o motor injetado e o catalisador, a Falcon agora atende às regras de emissão de poluentes para motocicletas em níveis abaixo dos estabelecidos pela legislação.

Como resultado de estar menos poluente, o modelo perdeu cerca de dois cavalos e alguns décimos de torque no desempenho. O propulsor agora desenvolve potência máxima de 28,7 cv a 6.500 rpm, e torque máximo de 3,27 kgf.m a 6.000 rpm. Mas, durante uma viagem de cerca de 400 km, essa perda é pouco perceptível - a não ser quando os cavalinhos a menos fazem falta para manter altas velocidades em aclives. Como também tive a oportunidade de acelerar a Falcon na pista, a velocidade final não sofreu grande alteração: é possível atingir 150 km/h no velocímetro em pista plana. Mas, vale ressaltar que a unidade testada era praticamente zero, tinha apenas 22 km rodados, e o motor estava um pouco "amarrado". 

Por outro lado a injeção proporcionou redução no consumo. Rodando a 110 km/h na estrada, a Falcon fez 25,8 km/l e, na cidade, obteve média de 23,6 km/l - acima dos 20 km/l do antigo modelo carburado. Equipada com o mesmo tanque de 15,3 litros (reserva de 5,3 litros) a autonomia chegaria a quase 400 km. Uma boa novidade para quem quer viajar com a moto.

Velha conhecida

Exceto o comportamento mais amigável do motor injetado e o consumo melhor, a Falcon continua a mesma. A parte ciclística traz o quadro em aço do tipo berço semiduplo e as mesmas suspensões: garfo telescópico convencional, na dianteira, e balança com um único amortecedor fixado por links, na traseira. As rodas continuam sendo de aço - aro 21 polegadas, na frente, e 17, atrás - com freio a disco em ambas. Até mesmo os pneus são os velhos conhecidos Pirelli MT 60 de uso misto nas medidas 90/90 - 21 (dianteiro) e 120/90 - 17 (traseiro). 

Seu comportamento dinâmico obviamente não foi alterado. Mal se nota o peso maior: agora são 158 kg a seco contra os anteriores 151 kg. Segundo a Honda, o peso extra foi ganho com os componentes da injeção eletrônica e bagageiro. 

Com o banco largo e posição de pilotagem ereta, a Falcon manteve uma de suas principais qualidades: o conforto. Ajudado pelas suspensões de longo curso, pode-se superar buracos e imperfeições no piso sem ser incomodado e rodar por muitos quilômetros sem se cansar. A não ser que você decida pilotar mais esportivamente em curvas, quando a maciez do conjunto e os pneus de uso misto prejudicam o desempenho, a Falcon foi projetada para nossas estradas.

Os freios - disco de 256 mm na dianteira e de 220 mm na traseira - são mais que suficientes para frear a NX 400i com segurança. Mas, bem que a Honda poderia ter introduzido uma versão com ABS nesse retorno, já que freios mais seguros fazem parte da política mundial da empresa e a fabricante dispõe dessa opção até mesmo em modelos menores, como a XRE 300.

Opção única

A notícia do retorno da Honda NX 400i Falcon ao mercado gerou comemorações e críticas. Os antigos fãs viram a possibilidade de tê-la agora injetada e com um face-lift, enquanto muitos criticaram principalmente a potência menor e seu preço. Com preço sugerido pela fábrica de R$ 18.900, a nova Falcon está disponível em três opções de cores - vermelha metálica, preta e prata - já nas concessionárias da marca em São Paulo, que a vendem por preços que vão de R$ 19.000 a R$ 20.000.

Elevado, principalmente, se levarmos em consideração que quando parou de ser vendida em 2008, a Falcon custava R$ 14.000. E o modelo continuou a ser produzido para exportação, portanto não foi necessária uma nova linha de montagem para seu retorno. Além disso, as mudanças foram poucas, basicamente, o desenvolvimento da injeção eletrônica o que, por si só, não justificaria a valorização da Falcon em quase 40% em quatro anos.

Entretanto, a Honda deve sim atingir sua previsão de vender 11.000 por ano. Primeiro, porque se trata da única motocicleta de 400cc do mercado brasileiro e a Falcon vai "nadar de braçada" nessa falta de opções. Depois, o fã de moto trail que tem uma XRE 300, por exemplo, e quer uma moto maior vai ter como alternativa a Yamaha XT 660R por R$ 26.880, ou dentro da linha da Honda teria a Transalp XL700V por R$ 30.000. Desta forma, a Falcon aparece sozinha na faixa dos R$ 20.000 nesse segmento trail.

Conclusão 

Rodar com a nova NX 400i Falcon é como sair novamente com aquela garota bonita dos tempos de colégio. Ela não é mais tão jovem, porém conservou seu charme e agora está mais decidida e econômica. Ainda chama a atenção no meio da turma, mas carrega ares de nostalgia. Você tem aquela sensação de que "figurinha repetida não completa o álbum", sabe? 

Ao menos, foi essa a impressão durante mais de uma semana de testes. Muitos curiosos e outros motociclistas querendo saber como se comportava a nova Falcon. Alguns elogiavam - "nossa ficou linda!" - enquanto os mais críticos titubeavam - "o que mudou?"

Mais econômica e mais bem "alimentada"para o uso urbano, a Falcon continua sendo uma boa moto. Confesso que esperava um desenho mais atual que sustentasse o título de "nova" Falcon, afinal o visual já cansou: é o mesmo desde o lançamento em 1999. Quem sabe, talvez, seguir as linhas da XRE 300 ou da nova NC 700 X? Melhorias ciclísticas também seriam bem vindas. Mas aparentemente a Honda preferiu não mudar um projeto que fez sucesso no passado e continua bastante apropriado para nossas estradas. A crítica maior fica por conta do preço, demasiadamente elevado. Acho inadmissível uma moto de R$ 20.000 usar os mesmos punhos das antigas XR 200 e sem o lampejador de farol.

Ficha Técnica

Honda NX 400i Falcon

Motor um cilindro, OHC, quatro válvulas (RFVC) e refrigeração a ar
Diâmetro x Curso 85,0 X 70,0 mm
Taxa de compressão 8,8:1
Capacidade 397,2 cm³
Potência Máxima 28,7 cv a 6.500 rpm
Torque Máximo 3,27 kgf.m a 6.000 rpm 
Sistema de Alimentação Injeção Eletrônica 
Partida Elétrica
Câmbio 5 velocidades
Embreagem Multidisco em banho de óleo
Transmissão final por corrente
Suspensão 
Dianteira Garfo telescópico convencional com 215 mm de curso 
Traseira Balança monoamortecida com amortecedor fixado por links e 180 mm de curso
Freios
Dianteiro Disco de 256 mm de diâmetro e pinça de duplo pistão
Traseiro Disco de 220 mm de diâmetro e cáliper de pistão simples
Pneus
Dianteiro 90/90-21 (54S)
Traseiro 120/90-17 (64S)
Quadro Tipo berço semiduplo em aço
Altura do Assento 850 mm
Distância Mínima do Solo 242 mm
Dimensões (C x L x A) 2.157 mm x 789 mm x 1.222 mm
Distância entre-eixos 1.434 mm
Tanque de Combustível 15,3 litros
Peso em ordem de marcha 158 kg
Cores Vermelha metálica, prata e preta
Preço R$ 18.900 (sugerido)
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