Vista do lobby do Honda Collection Hall em Motegi, Japão
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O segundo andar é dedicado às motos e carros produzidos em série, como as CUBs
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Honda CB 750 de 1969, a moto do século está no Honda Collection Hall
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A Honda NSR 500 de Valentino Rossi (46) e Alex Barros (4)
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No museu da Honda, há motos de outras marcas para contar a evolução da motocicleta
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No 3º andar, onde estão as motos de competição, a Honda R 125, numeral 136, que competiu no Brasil
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Em primeiro plano, a Yamaha 250S YD-1 (1959) rival da CB 72, em segundo plano
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Toda a história da Honda nas pistas está contada no terceiro andar do Collection Hall
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A famosa linha CB da Honda tem espaço cativo no museu
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Os carros produzidos em série pela Honda também têm espaço no Collection Hall
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Honda T 360, o primeiro veículo de quatro rodas produzido pela marca
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A McLaren MP4/7 pilotada por Ayrton Senna em 1992
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A Williams FW 11B guiada por Nelson Piquet na temporada de 1987 tinha motor Honda e está no museu
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Honda Dream D, de 1949, a primeira motocicleta Honda da história
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No espaço reservado às motos de uso misto, a lendária XL 250 Motorsports
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"Eu vivo no presente, para construir o futuro, com a experiência do passado", disse uma vez Soichiro Honda, fundador da empresa que leva seu sobrenome. E justamente por meio dessa experiência do passado que o Honda Collection Hall procura resgatar os mais de 60 anos de história da marca. Espalhados pelos três pisos do museu estão expostos 335 veículos - motos e carros de série, além dos modelos de competição, produzidos pela Honda, ou seja, os sonhos de seu fundador transformados em realidade.
Aberto em 1998, para celebrar meio século da Honda, o Collection Hall fica localizado no complexo do autódromo da cidade de Motegi, na região central do Japão, a cerca de 150 km de Tóquio. Aliás, Motegi é praticamente um templo construído pela Honda para os amantes de velocidade, seja em duas ou quatro rodas. O complexo abriga um circuito oval e outro misto onde acontecem, entre outras provas, uma etapa do Mundial de MotoGP e da Indy Car Series, além de um parque de diversões, um hotel temático, uma pista de kart e o Honda Collection Hall.
O início
Os visitantes são recepcionados por duas plataformas. Em uma delas, estão representados os produtos que, nas palavras da própria marca, servem às pessoas. Há uma moto, a primeira Honda Super Cub, o S 500, o primeiro carro fabricado pela Honda e um motor estacionário. Na outra, estão um carro de corrida, o RA 271, o primeiro carro japonês de Formula 1, e a RC 143, a primeira moto de corrida da Honda, que disputou o TT da Ilha de Man, em 1959.
De certa forma, as plataformas mostram como é organizado o museu. No primeiro andar ficam as motos e carros de rua produzidos em série; já no segundo piso estão as motos de corrida e os bólidos de quatro rodas. Vale ressaltar aqui que a grande maioria do acervo do Collection Hall é formado, obviamente, por veículos fabricados pela Honda, mas não só. Há modelos históricos de outras marcas.
No térreo, há ainda uma biblioteca, um café e uma interessante loja onde certamente você vai gastar alguns ienes. Além de uma área de aprendizado onde ficam diversos protótipos da Honda, entre eles o famoso Asimo.
Para as pessoas
O primeiro andar, mas o segundo para os japoneses, já que por lá o térreo é chamado de primeiro andar, tem o sugestivo nome de construir produtos que sirvam às pessoas. Uma das filosofias de Soichiro Honda. Lá estão expostas desde a primeira bicicleta com motor, passando pelo primeiro caminhão fabricado pela Honda, a primeira moto, a famosa Dream D, e até mesmo a primeira moto Yamaha.
O lado esquerdo do pavimento é reservado às motocicletas e, por motivos óbvios, foi ali que passei maior parte do tempo. A coleção não mostra apenas a evolução dos modelos Honda, mas a evolução das motocicletas e seu design ao longo dos anos. Tanto que há até uma réplica da Daimler Haybach, considerada a primeira moto do mundo.
Há espaço dedicado para as café racers e às motos japonesas que copiavam seu estilo. A área reservada às CUBs, também chama a atenção. Mas, certamente os motociclistas brasileiros ficariam boquiabertos com o espaço dedicado à linha CB. Desde as pequenas 125, até a lendária CBX 750 de 1969 estão lá.
Como fã de motos trail, fiquei bastante tempo também na área dedicada aos modelos de uso misto. Desde as primeiras scramblers modelos street adaptados com escapamento mais alto e a Honda XL 250 da década de 70, passando por modelos históricos como a Elsinore e até mesmo a nossa XLão.
Para ser o melhor
No segundo andar, chamado Visando ser o melhor do mundo, estão as motos e carros de corrida. Os apaixonados por competições poderiam passar o dia ali, lendo as plaquinhas de cada modelo espalhadas em todo o museu e prestando atenção a cada detalhe das máquinas. Todavia, os brasileiros, em especial, devem ficar atentos aos três modelos que adornam a entrada da área dedicada aos veículos de duas rodas. Entre elas, uma esguia motocicleta azul com o numeral 136. Trata-se da R 125 de 1954.
Equipada com um motor de um cilindro, 125 cc e OHV, a R 125 foi a primeira moto Honda a competir fora do Japão. Dois exemplares foram enviados para disputar a Grande Prêmio do Quarto Centenário de São Paulo em Interlagos, em 1954. Isso mesmo: a primeira competição da qual participou uma moto Honda no exterior foi no antigo traçado do autódromo paulistano. Reza a lenda que o modelo exposto em Motegi é uma réplica, pois os pilotos japoneses que vieram para cá venderam as motos antes de ir para casa, já que seria muito caro levá-las de volta.
Há outras motos de motovelocidade, desde as primeiras Honda a vencer nas pistas, passando pela NSR 500 de Alexandre Barros e Valentino Rossi. Motos de trial, de motocross e até mesmo a Honda NXR 750 vencedora do Paris-Dakar de 1986 com Gilles Lalay.
E há ainda o outro lado do andar dedicado aos carros de corrida. Destaque para o McLaren MP4/7 e seu motor V12 com o qual Ayrton Senna disputou a temporada de 1992, assim como a Willians FW 11B, numeral 6 de 1987, com a qual Nelson Piquet chegou ao tricampeonato. Há ainda os carros de turismo e outras atrações para ocupar um dia inteiro.
De fácil acesso desde Tóquio por trem e ônibus, o Honda Collection Hall em Motegi merece uma visita para quem estiver no Japão. Se você for fã de veículos automotores reserve um dia inteiro, alugue um áudio guia espécie de MP3 player interativo que passa as coordenadas do passeio, em inglês, para seus fones de ouvido e sonhe junto com Soichiro.
Serviço
Twin Ring Motegi
Tel. +81(0)285-64-0001,
120-1, Hiyama, Motegi-Machi, Haga-Gun, Tochigi 321-3597
Japão
Ingresso: 1200 ienes (adultos), 500 ienes (crianças) (cada 1.000 ienes correspondem a R$ 22,60)
O jornalista viajou a convite da Honda